Carmén Lúcia assume Presidência da República na sexta-feira


Fátima Meira/Futura Press
Com uma relação marcada por idas e vindas com Michel Temer, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmén Lúcia, terá de assumir a Presidência da República na próxima sexta-feira (13).
Com a ausência do emedebista no país, que viajará ao Peru para participar da Cúpula das Américas, ela exercerá o cargo por apenas um dia para evitar que os presidentes da Câmara e do Senado se tornem inelegíveis neste ano.
Segundo a reportagem apurou, Cármen evitará despachar no Palácio do Planalto. Os substitutos do presidente costumam adotar postura discreta para evitar suspeitas de que tenham interesse no cargo.
Será a primeira vez que ela comandará o Executivo e a segunda mulher a exercer o posto. A expectativa é de que Temer retorne ao Brasil no sábado (14), reassumindo o cargo.
O presidente do STF é o quinto na linha sucessória. Com a ausência do presidente, assumiria o vice-presidente. Com o impeachment de Dilma Rousseff, contudo, o país não tem ninguém à frente da função.
Na sequência, viriam os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Os dois, no entanto, serão candidatos neste ano. A lei eleitoral determina que quem assume a Presidência da República seis meses antes das eleições se torna automaticamente inelegível.
Maia é pré-candidato à sucessão presidencial pelo DEM e Eunício disputará a reeleição como senador pelo Ceará.
Para não assumirem o Executivo, eles precisariam apenas se licenciar do cargo, mas resolveram também se ausentar do país. Eunício viajará ao Japão e Maia se deslocará ao Panamá na quinta-feira (12).
Em 2014, em ano eleitoral, o então presidente do STF, Ricardo Lewandowski, também comandou o Executivo com viagem de Dilma Rousseff aos Estados Unidos.
Na história, é a sexta vez que um presidente do STF assume o Executivo. O primeiro a exercer o cargo foi José Linhares, em 1945.
Desde que assumiu o STF, Cármen tem uma relação de idas e vindas com Temer, com momentos de aproximação e de distanciamento.
Em conversas reservadas, o presidente costuma reclamar de decisões tomadas pela ministra em assuntos relacionados ao Executivo. (Gustavo Uribe, Folhapress)

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