Gestão dos recursos hídricos da região do Seridó: Bacia Piancó/PiranhasAçu
A Política Nacional de Recursos
Hídricos estabelecida pela Lei nº 9.433, de 1997, com a perspectiva de
enfrentar o desafio de assegurar à sociedade água em qualidade e quantidade
adequadas, de utilizar de forma racional e integrada os recursos hídricos com
vistas ao desenvolvimento sustentável e de realizar a prevenção e defesa contra
eventos hidrológicos críticos, nos faz pensar que sem um plano de recursos
hídricos bem elaborado e desenvolvido como instrumentos dessa política, não se
pode fundamentar ou apresentar fortemente alternativas e formas inovadoras sobre
a gestão de uma bacia (Piancó-Piranhas-Açu), podemos sim, através de um plano a
médio ou longo prazo, fazer valer o bom uso dos recursos hídricos e para todos,
principalmente nas situações de escassez, priorizando para o consumo humano e a
dessedentação de animais, devendo sempre proporcionar o múltiplo uso das águas,
descentralizando a gestão e contar sempre com a participação do poder público,
dos usuários e das comunidades envolvida e interessada nesta questão tão
essencial para todas as vertentes de crescimento humano, econômico, social e
ambiental enfatizando a Bacia Hidrográfica como unidade básica de planejamento.
Mapa
da Bacia Hidrogáfica Piancó/Piranhas/Açu
O nosso município e toda nossa região vêm
sofrendo bastante com a questão da escassez dos recursos hídricos nos últimos anos,
A bacia hidrográfica do rio Piancó-Piranhas-Açu por se tratar da maior da
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental, por atender a dois Estados, RN
e PB, abrangendo 140 municípios precisa de uma gestão bem elaborada e definida,
sobretudo no tocante a distribuição e no uso racional da água para as
necessidades mais urgentes como as citadas acima. É preciso sim que a classe
política, os comitês de bacias, a sociedade participe desta luta que é de
todos, neste contexto, destaco a atuação incansável dos membros do Comitê de
Bacia do Piancó/Piranhas/Açu, que tem desempenhado um grande papel na
participação e na condução das lutas por melhorias na gestão dos recursos
hídricos, apresentando boas ideias e sempre buscando e informando para a
sociedade local, trazendo-o para o debate suas intenções de melhorar a gestão dos recursos hídricos na
área da Bacia e visando sempre tê água boa e de qualidade para todos e para o desenvolvimento da
região que é importante para todo Estado e conta com mais 1,3 milhão de habitantes.
Inserida na região de clima semiárido,
a bacia apresenta chuvas concentradas em poucos meses do ano e um padrão de
forte variabilidade interanual, caracterizado pela alternância entre anos de
pluviosidade acima da média, regular e anos consecutivos de valores abaixo da
média, que resultam em secas prolongadas e baixa disponibilidade hídrica.
Com estas características peculiares a
bacia Piancó-Piranhas-Açu é formada por três rios principais e intermitentes em
condições naturais, mas perenizado por meio de dois reservatórios de
regularização construídos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
(DNOCS): Curema/Mãe d’Água, na Paraíba, e Armando Ribeiro Gonçalves, no Rio
Grande do Norte. Esses reservatórios correspondem às principais fontes hídricas
da bacia, responsáveis inclusive pelo atendimento de demandas de água externas,
que estão associadas a bacias adjacentes.
Cabe destacar que a bacia futuramente
também será receptora de água do Projeto de Integração do Rio São Francisco com
Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF). Além desses principais
reservatórios, um conjunto expressivo de açudes foi construído ao longo dos
anos para o suprimento das diversas demandas de uso de água como é o caso do Itans, Sabugi e Mendubim.
Desta forma, a gestão dos recursos
hídricos em nossa região tem como pontos fortes: a participação da sociedade,
das Igrejas, do Comitê de Bacia Local que
bastante se articula para que as medidas cabíveis sejam tomadas e sejam bem
elaboradas e eficazes, por exemplo, há uma semana o Comitê e a Igreja se destacaram em
relação a unir e reunir todas as classes interessadas, políticas, instituições e sociedade civil em geral, para discutir liberação de recursos financeiros para construção da segunda maior
obra hídrica do nordeste que é a construção da Barragem de Oiticica, (592 milões de metro cúbicos) que será bastante estratégica para sanar algumas
demandas hídricas da região do Seridó e Oeste potiguar. Os pontos fracos é a
demora na tomada de decisão e a liberação de recursos financeiros por parte do
executivo e a classe política para projetos que visam melhorar a gestão hídrica
e aumentar a capacidade de reservatórios que são estratégicos para nossa região
tanto economicamente como na área hídrica.
Construção da barragem de Oiticica – capacidade: 592 milhões de m³.
Por Flávio Modesto, especializando-se em Gestão e Gerenciamento de Projetos em Recursos Hídricos Municipais.
Por Flávio Modesto, especializando-se em Gestão e Gerenciamento de Projetos em Recursos Hídricos Municipais.
Fonte: PRH_PiancoPiranhasAcu_ResumoExecutivo_30062016.pdf,
disponível em www.cbhpiancopiranhasacu.org.br acesso em 06/09/2017
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