‘Era Trump’ começou ontem nos EUA com festas e protestos
Menos de 17 meses. Este foi o tempo que Donald J. Trump precisou para chegar à Casa Branca, superando adversários políticos experientes que perseguiam este sonho há anos. E nesta sexta-feira, o bilionário do setor imobiliário e apresentador de reality show se tornará o 45º presidente dos Estados Unidos. A previsão é de que cerca de 1 milhão de pessoas estarão nas ruas de Washington, capital americana, para assistir e participar das celebrações da posse. As autoridades americanas também esperam protestos e montaram um esquema especial de segurança para facilitar o tráfego de veículos oficiais e prevenir confrontos entre grupos antagônicos e ataques terroristas.
Com a chegada de Donald à Casa Branca, sua família também chega ao centro nevrálgico do poder americano. A família Trump sempre esteve intimamente ligada a seus negócios. Desviando-se de críticas por nepotismo e conflitos de interesse, o presidente eleito quer a sua filha Ivanka e seu genro a seu lado no Salão Oval. O magnata de Nova York, que será o presidente mais rico da história dos Estados Unidos, designou o marido de sua filha Ivanka, o também multimilionário do ramo imobiliário Jared Kushner, como alto assessor de seu governo. Para muitos especialistas essa nomeação viola a lei federal de nepotismo.
O casal anunciou que se mudará com seus três filhos pequenos para Washington, onde Ivanka se prepara para exercer um papel importante na equipe da presidência. Apesar de sua juventude e inexperência na vida política, Kushner e Ivanka, de 36 e 35 anos, respectivamente, já podem ser considerados dois dos jovens mais poderosos da vida política americana.
E quanto a Melania? — Ainda não está claro quais serão as prioridades da mulher de Trump na Casa Branca. Melania, ex-modelo eslovena de 46 anos, mantém um perfil discreto. Até o momento, disse que iria permanecer na Trump Tower em Manhattan, para que seu filho de 10 anos — Barron, o mais novo dentre os filhos do magnata, e meio irmão de Ivanka, Don Jr, Eric e Tiffany — possa terminar o ano escolar.
Ela será a segunda primeira-dama nascida no exterior, além de que não parece muito à vontade na política, já que começou com o pé esquerdo: utilizou um discurso plagiado de Michelle Obama durante a convenção republicana que nomeou seu marido, 24 anos mais velho que ela.
A cerimônia de posse e os protestos — Enquanto outros presidentes organizaram desfiles que duraram mais de quatro horas, o de Trump pela Avenida Pensilvânia, o ponto alto da festa, a ser feito logo depois da posse, deverá durar apenas 90 minutos. Ele desfilará do Capitólio (prédio do Congresso americano) até a Casa Branca.
Segundo o diretor de Comunicações do Comitê de Posse Presidencial, Boris Epshteyn, a ideia de fazer uma festa com duração menor e mais simples se destina a passar uma mensagem de que o novo presidente é voltado para o trabalho. Epshteyn comanda uma equipe de 350 pessoas, que estão cuidando dos detalhes do cerimonial e da organização da cerimônia.
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Um dia depois da posse, no sábado, será realizada a Marcha das Mulheres, que deverá reunir cerca de 200.000 pessoas. A multidão vai desfilar pelo centro de Washington para protestar contra as políticas de imigração e as medidas na área de saúde anunciadas por Trump. Além disso, ativistas que defendem a legalização da maconha nos EUA planejam entregar, gratuitamente, 4.200 cigarros de marijuana no dia da posse. O objetivo é protestar contra possíveis mudanças nas leis de liberação da maconha durante a administração do republicano.
Festas — Os três dias de celebrações planejados para a posse de Trump estão marcando a diferença do presidente eleito em relação a outros que o antecederam. As festas para o atual presidente Barack Obama duraram cinco dias. Outros também celebraram com festas que duraram mais de três dias.
Por tradição, chefes de Estado estrangeiros não comparecem à posse de presidentes dos Estados Unidos. Mas o evento será assistido por políticos dos partidos Democrata e Republicano e pelos embaixadores de todos os países do mundo. No entanto, cerca de 30 parlamentares do Partido Democrata decidiram que não vão comparecer à cerimônia em protesto às políticas anunciadas durante a campanha. O evento será transmitido ao vivo pelas emissoras de TV durante os três dias de duração.
O coral do Tabernáculo Mórmon e a cantora Jackie Evancho, segundo lugar no reality show America’s Got Talent, vão fazer apresentações durante a cerimônia. A ex-candidata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, participará da posse, juntamente com o marido e ex-presidente Bill Clinton. O ex-presidente George W. Bush e a ex-primeira-dama Laura Bush, bem como o ex-presidente Jimmy Carter, também estarão na cerimônia.
Fonte: http://veja.abril.com.br/mundo/era-trump-comeca-hoje-eua-se-preparam-para-festas-e-protestos/
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