Lixão a céu aberto de Caicó continua queimando em pleno dia 27 de agosto de 2025: trata-se de um escândalo que clama por responsabilização do Poder Público Municipal


                Foto 01: Flávio Modesto

Criticar a atual gestão municipal de Caicó diante de uma realidade tão chocante e inaceitável: o lixão a céu aberto continua queimando em pleno dia 27 de agosto de 2025, enquanto o município destinou grandes somas em eventos como o Carnaval e a Festa de Sant’Ana como se o grave problema ambiental não existisse.

Trata-se de um escândalo que clama por responsabilização municipal, Embora não haja grande cobertura midiática até o momento sobre um incêndio no lixão, as fotos e vídeos nas redes sociais revelam um cenário preocupante que se mantém há muito tempo e gestões. O governo municipal de Caicó diante de novos focos de incêndio  no lixão a céu aberto, não se preocupa com o que está gerando de fumaça prejudicial à saúde dos moradores aos arredores, principalmente ao município de São Fernando que é o mais prejudicado nesta situação.

Há menos de um mês da ilusão festiva, mesmo com a criação do programa “Caicó Limpa” em junho de 2025 – iniciativa que envolve mutirões de limpeza, instalação de contêineres e ampliação da coleta de lixo – o lixão segue sendo queimado, mostrando que as ações são tardias, defensivas, e ainda insuficientes. A política de limpeza urbana avança, mas a demora pelo Aterro Sanitário queima as esperanças e serve de lembrete do descaso crônico da atual administração no quesito sustentabilidade ambiental.

No descompasso de prioridades: Caicó se mantém firme ao desperdício público em festas e manutenção do lixão a céu aberto prejudicando a população de cidades vizinhas e adjacentes. 

O atual gestor público municipal orgulha-se muito ao afirmar que o Carnaval de 2025 movimentou cerca de R$ 100 milhões na economia local.  O município também celebra ter obtido recursos junto ao Ministério do Turismo para o Carnaval e a Festa de Sant’Ana. Enquanto isso a secretaria de meio ambiente atua somente no nome: com poucos servidores qualificados e carente de estruturas.

A Câmara municipal também destinou mais de R$ 700 mil de emendas parlamentares para apoiar o Carnaval e o Governo do Estado investiu R$ 10,6 milhões via Programa Cultural Câmara Cascudo.

Com tanto dinheiro assim, será que Caicó com outros gestores mais pensante em o que realmente seria prioridades administrativas, o lixão a céu aberto não já estaria extinto? Quem sabe! Uma coisa é certa, é escandaloso que se ostente turismo e cultura enquanto a gestão mantém um lixão ardendo, expondo a população - em especial os moradores dos bairros vizinhos e de São Fernando—à fumaça tóxica, vetores de doenças e degradação ambiental, etc.

Diante dos fatos, a crítica contundente atual gestão se desencadeia: negligência, distração e hipocrisia política

Negligência ambiental e social: Queimar lixo a céu aberto é crime ambiental, com previsão de penalidades severas. A persistência das queimadas sinaliza mais do que falta de equipamento: é omissão e falta de execução efetiva de políticas públicas.

Prioridades distorcidas: Construir fantasias, contratar artistas, investir em estrutura carnavalesca e celebrações religiosas parecem ser mais importantes do que garantir o básico para a saúde pública e dignidade na gestão dos resíduos.

Hipocrisia institucional: Enquanto se elogia o Carnaval e a Festa de Sant’Ana como símbolos de cultura e economia local, o sofrimento causado pela fumaça retorna diariamente às casas da população.

Omissão constante: Mesmo diante de denúncias ao MP, Audiências Públicas, poucas evidências apontam para ações concretas e urgentes para extinguir o lixão. O discurso de prioridade é vazio se o fogo continua aceso.

O prefeito e sua gestão podem se vangloriar da festa, mas a cidade que queima o lixo ainda está doente. O Carnaval pode gerar milhões, mas não lhe serve de justificativa para prolongar ou ignorar uma crise ambiental que atinge o município e a bacia hidrográfica local de modo mais brutal.

O que Caicó precisa é de ação. De verdade acrítica. De fim imediato às queimadas e de destinação ambientalmente adequada dos resíduos, e não aplausos em meio aos fogos de artifício.

A cidade de Caicó merece respeito — e prioridade concreta na administração.

                            Foto 02: Flávio Modesto



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