Após ameaças, Jean Wyllys diz a jornal que vai abdicar de mandato e deixará o país
Deputado federal reeleito pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys vai abrir mão do novo mandato. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o parlamentar, que está fora do país de férias, disse que não vai retornar e que pretende se dedicar à carreira acadêmica.
Wyllys vive sob escolta policial desde o assassinato da sua correligionária, a vereadora Marielle Franco, em março do ano passado. A decisão de abandonar a vida pública veio com o aumento das ameaças de morte, que ele já recebia antes mesmo do caso de Marielle.
Eleito com 24.295 votos, o deputado afirmou que as recentes informações a respeito de ligações entre o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e um ex-PM suspeito de participação na morte de Marielle pesaram em sua decisão de deixar o Brasil.
“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, afirma Wyllys. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, acrescenta.
Inseguro, ele afirma que pretende voltar a viver sem restrições de deslocamento: “Como é que eu vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado e sob escolta? Quatro anos da minha vida não podendo frequentar os lugares que eu frequento?”
“Essa não foi uma decisão fácil e implicou em muita dor, pois estou com isso também abrindo mão da proximidade da minha família, dos meus amigos queridos e das pessoas que gostam de mim e me queriam por perto”, afirmou.
Fonte: Yahoo Notícias
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