Abordagem de militares em áreas carentes do Rio gera reclamação de moradores
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As Forças Armadas adotaram uma técnica de abordagem a moradores de áreas carentes do Rio de Janeiro em uma grande operação realizada nesta sexta-feira em parceria com polícias do Rio de Janeiro em três comunidades da zona oeste, gerando desconforto e reclamações daqueles que foram abordados.
A operação contou com 3.200 homens das Forças Armadas e em alguns acessos e saídas das comunidades da Coreia, Vila Kennedy e Vila Aliança os militares tiraram fotos dos moradores que eram abordados e tinham documentos fotografados.
Os registros eram encaminhados para um banco de dados da Secretaria de Segurança Pública para serem checados.
“Isso é um absurdo. Aqui quase todo mundo é trabalhador”, reclamou um moradora da comunidade que preferiu não se identificar.
O Comando Militar do Leste informou que o procedimento não é inédito e a abordagem é conhecida como sarqueamento.
“Esse é um procedimento policial para averiguação da existência de mandado judicial contra pessoas sob suspeição”, disse o porta voz do CML, coronel Roberto Itamar.
“O uso de plataforma digital móvel dá celeridade abrevia qualquer incômodo aos cidadãos. Não há ilegalidade nesse procedimento”, adicionou ele.
Os arquivos depois de checados foram apagados, segundo o CML.
O Ministério Público do Estado disse que está acompanhando os procedimentos dos militares para coibir eventuais excessos.
Na operação nas comunidades carentes da zona oeste, houve tiroteios e ao menos 27 suspeitos foram detidos para averiguação, segundo a Secretaria de Segurança do Estado. Armas, drogas e munições também foram apreendidos.
Na próxima semana, o governo federal deve confirmar o nome do novo secretário de Segurança do Estado no âmbito da intervenção federal na área da segurança. O nome mais cotado para a posição é do general Richard Fernandez.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
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