Estado deveria rever isenções, pois renuncia a R$ 400 milhões todo ano, diz Robério
Para professor universitário, governador Robinson Faria deveria extrair “privilégios” de membros dos demais poderes e revisar a concessão de incentivos fiscais à indústria
Professor universitário e ex-candidato a governador sugeriu medidas para enfrentar crise no RN
Terceiro colocado na eleição para o Governo do Estado em 2014, o professor universitário Robério Paulino (PSOL) disse nesta quarta-feira, 10, que o governador Robinson Faria (PSD) “está atirando para o lado errado”, ao propor medidas austeras para combater os efeitos da crise econômica e fiscal no Rio Grande do Norte.
De acordo com o socialista, em vez de sugerir o aumento da contribuição previdenciária pelos servidores (o governo quer subir a alíquota de 11% para 14%), Robinson deveria extrair “privilégios” de membros dos demais poderes e revisar a concessão de incentivos fiscais à indústria.
O professor universitário denuncia, por exemplo, o número de servidores que ocupam cargos comissionados na Assembleia Legislativa. “Só lá há mais de 1,7 mil cargos, e a folha é duas vezes e meia a da Polícia Civil. Em vez de enfrentar isso, o governador quer prejudicar mais os servidores, aumentando a alíquota de contribuição previdenciária”, reclama Robério, apontando também que há altas remunerações a integrantes do Poder Judiciário.
Economista de formação, Robério diz que o principal problema do estado não é o déficit da Previdência, que, segundo o governo estadual, é de R$ 108 milhões por mês. Para o acadêmico, o “rombo” poderia ser minimizado caso incentivos e renúncias fiscais fossem revistos. “Só de isenção fiscal para a indústria, há mais de R$ 400 milhões por ano que o Estado deixa de arrecadar. Só isso, no que o governador não mexe, daria para o Estado equilibrar as contas”, frisa o professor.
Robério disse ser favorável à concessão de estímulos para a instalação de indústrias no Rio Grande do Norte, mas questiona incentivos dados pela atual administração. “Mesmo com incentivo, o estado está perdendo indústria. Isso prova que a melhor forma de incentivar não é essa [renúncia fiscal]. Qual foi, por exemplo, o resultado da renúncia fiscal em relação ao combustível de avião? O que vemos é que a passagem em Natal para destinos como São Paulo e Rio de Janeiro encareceu e as pessoas estão indo para estados vizinhos para embarcar”, acrescenta.
VENDA DE IMÓVEIS
Entre diversas medidas anunciadas, o Governo do Estado solicitou autorização da Assembleia Legislativa para vender suas ações em empresas de sociedade mista (Potigás e Ceasa, por exemplo) e se desfazer de imóveis. O professor universitário critica a estratégia.
“Robinson quer vender o patrimônio do Estado. Sou totalmente contra isso. Se ele quer resolver a crise, reveja os contratos e as isenções fiscais e ataque os privilégios da máquina. Que se reveja isso e não se prejudique os servidores”, finaliza.
AGORA RN
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