Senador afirma que corruptos podem escapar sem fim do foro privilegiado

Apesar de se tratar da pauta mais importante do momento, será difícil colocar proposta em votação no Congresso. Senador acredita ainda que empreiteiras têm estratégia para colocar todos os envolvidos da classe política em um mesmo escopo. Veja a entrevista de João Batista Olivi com o parlamentar.
Confira entrevista com Alvaro Dias - Senador PV-PR



Na defesa do fim do foro privilegiado, o senador Álvaro Dias acredita que essa é "a matéria mais importante desse momento, em razão das circunstâncias". "Há uma tempestade devastadora no campo da ética, destruíndo imagens de políticos que se protegeram sempre com foro privilegiado", avalia, em relação aos nomes divulgados como envolvidos em esquemas de corrupção na delação da Odebrecht, parte da operação Lava Jato.
Para Dias, caso o foro privilegiado não chegue ao fim, haverá uma "amarga sensação de impunidade ao final desse processo, já que a maioria dos políticos não será, sequer, julgada". Com isso, ele aponta que também "sequer haverá justiça".
O foro funciona como uma proteção para as autoridades. O Supremo Tribunal Federal (STF), que não é corte criminal em essência, "não tem tempo e quadro suficiente para julgamentos", de acordo com o senador. Nos dados apresentados por ele, apenas quatro autoridades foram julgadas e condenadas pelo STF desde 2011. 68% das ações prescreveram e apenas 0,78% dos casos julgados terminaram em condenação.
A dificuldade maior para o senador, neste momento, é colocar a proposta do fim do foro privilegiado em votação. O projeto foi apresentado em 2013 e, desde então, houve uma resistência grande, com a pauta colocada novamente no ano passado. Ele lembra que o comando da casa está sob investigação, o que torna a ação ainda mais dificultosa. No entanto, ele conta que se o projeto for colocado em votação, sobra um número suficiente para aprovação dessa matéria, já que nem todos os senadores estão envolvidos.
Ele também acredita que há uma estratégia de defesa por parte das grandes empreiteiras para ampliar o máximo possível o número de envolvidos por meio das delações para envolver a classe política em um mesmo escopo. "Mas tem que separar o joio do trigo", defende Dias. "2017 tem que ser o ano da limpeza para que 2018 seja o ano da mudança. É preciso que cada cidadão brasileiro analise o conjunto da obra da atuação de cada político".
O senador, destacando as manifestações previstas para 3 de maio em Curitiba (PR), em favor do ex-presidente Lula, que prestará depoimento ao juiz Sérgio Moro, diz não acreditar em uma força desse ato. "Não há porque acreditar em um protesto dessa natureza", diz.
Ele finaliza sua entrevista enfatizando, ainda, que há um constrangimento da generalização que desetimula os demais políticos. "É preciso valorizar aqueles que resistem e não aceitam viver nesse terreno escorregadio da corrupção", aponta. Por fim, ele também acredita que não é possível pré-julgar as pessoas que são citadas. "Nessas delações temos verdades absolutas e estarrecedoras e também meias verdades".
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Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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