“Com greve geral, a ordem é parar o Brasil hoje dia 30”
Unificadas, centrais sindicais saem às ruas, no Brasil, e defendem diretas já.
- Presidente da CTB, Ailma Maria de Oliveira anuncia tática de luta contra as reformas trabalhista e da Previdência Social
- Sindicalista quer saída de Michel Temer do Palácio do Planalto por corrupção ativa, formação de quadrilha e obstrução da Justiça
- Dirigente de trabalhadores urbanos e rurais anuncia manifestação para 8h, na porta da Assembleia Legislativa, em Goiânia
– Fora, Temer! Nenhum direito a menos.
Com essas palavras de ordem, os trabalhadores urbanos e rurais, em Goiás, irão às ruas, dia 30 de junho de 2017, para exigir a saída de Michel Temer do Palácio do Planalto. É o que informa a presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Ailma Maria de Oliveira, professora da rede municipal de ensino. Acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de formação de quadrilha, corrupção ativa e obstrução da Justiça, o presidente da República, que assumiu com um golpe em 2016, corre o risco de perder o cargo, ataca. As dez centrais sindicais realizarão, em Goiânia, a partir de 8h, um ato unificado. Local: porta da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, na Alameda dos Buritis, Setor Oeste, Goiânia.
– Diretas Já. Eleições gerais. Já em 2017.
Financiado por recursos ilegais de caixa 2, o Congresso Nacional não possui, hoje, mais legitimidade para manter Michel Temer no poder, acredita a líder sindical. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia [DEM-RJ], quer até impedir o recesso parlamentar, em julho, para negar o afastamento, por 180 dias, do usurpador, denuncia a educadora. O Brasil não pode aceitar que se rasgue a Constituição Cidadã, promulgada em 5 de outubro de 1988, o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, uma herança do nacional-estatismo de Getúlio Vargas, que suicidou-se, às 8h30, de 24 de agosto de 1954, acuado por O Globo e por Carlos Lacerda, e o pisoteamento do direito histórico a uma aposentadoria decente no País, diz.
– A hora é de unidade na luta. Para derrubar a escalada neoliberal, conservadora.
As terceirizações irão precarizar as relações de trabalho no País, admite Ailma Maria de Oliveira. De linhagem marxista, ela teme, com a aprovação da Reforma Trabalhista, a perda de direitos dos trabalhadores, o aumento da jornada diária e semanal de trabalho, o estabelecimento de condições insalubres de trabalho para as mulheres grávidas e a diminuição do poder de pressão dos sindicatos dos trabalhadores e até das centrais sindicais. Um retrocesso sem precedentes, atira. Pautas regressivas, define-as. Apenas os parlamentares de esquerda – PT, PCdoB, PDT, PSol, Rede – não conseguirão barrá-las no Parlamento, é preciso ocupar as ruas, espaços públicos, de norte a sul do Brasil, do Oiapoque ao Chuí, fuzila.
– Trabalhadores urbanos e rurais perderão direitos com a Reforma da Previdência Social.
A professora, que recorda que Michel Temer teria se aposentado aos 55 anos com gordos benefícios e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que classifica como o ‘Príncipe da Privataria’, com 37 anos, denuncia, hoje, que a proposta do governo federal aumenta a idade mínima para aposentadoria para 65 anos, eleva o tempo de contribuição necessário para obtê-la, e aponta um suposto déficit que a Academia mostrou que seria inexistente. O modelo do Consórcio PMDB, PSDB, DEM é o do Chile, a aposentadoria privada, introduzida no País da América do Sul, pelos denominados Chicagos’s Boys, economistas americanos adeptos da Teoria do Estado Mínimo e da aposta na financeirização da economia, diz.
– Os Estados Unidos estariam por trás da onda neoliberal à América Latina.
Honduras e Brasil
A referência é ao golpe, em 2009, que depôs o nacionalista, simpatizante da ALBA, Aliança Bolivariana das Américas, Manuel Zelaya, que refugiou-se na Embaixada do Brasil, no País. Além da deposição, em um impeachment relâmpago, sem fundamento jurídico, do presidente do Paraguai, em 2012, Fernando Lugo, ex-bispo progressista da Igreja Católica. Assim como o impeachment, sem crime de responsabilidade, de Dilma Vana Rousseff, afirma. Ele foi aprovado pelo Congresso Nacional, com os suportes dos aparatos policial e jurídico do Estado e dos grandes conglomerados de comunicação no Brasil, controlados por apenas sete famílias, que possuem fortuna equivalente à de 100 milhões de brasileiros, desabafa a ‘enfant terrible’.
– A derrota do Kirchernerismo, na Argentina, é mais um sinal da influência dos EUA!
A última greve geral no Brasil ocorreu no dia 28 de abril deste ano, explica a porta-voz dos trabalhadores de Goiás. Uma reprise na greve geral de 1917, ocorrida há exatos 100 anos, no País, informa a pesquisadora do tema. Quarenta milhões de pessoas cruzaram os braços, adianta. A manifestação de 24 de maio ocupou Brasília, capital da República. Acuado, Michel Temer convocou as Forças Armadas, recorda-se. Depois, recuou, observa. Em 30 de junho, a ideia é levar um número maior de trabalhadores às ruas para exigir direitos históricos, derrubar Michel Temer e estabelecer eleições diretas, em 2017, para a Presidência da República, diz. A Constituição Federal determina que o poder emana do povo, cita parte da Carta Magna.
– O poder é da sociedade. Não do Estado.
Os Estados Unidos estariam por trás da onda neoliberal na América Latina”
”Fora, Temer! Nenhum direito a menos. Contra as reformas neoliberais”
Nome: Ailma Maria de Oliveira
Formação: Pedagogia e pós em Meio Ambiente
Cargo: Presidente da CTB
Entidade: Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Propostas: Fora, Temer! Diretas Já! Contra as reformas trabalhista e da Previdência Social
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