Sugestões de como administrar a produção agrícola irrigada de forma sustentável na região do Seridó.

Com o aumento da população mundial, é importante ressaltar que é cada vez mais crescente a escassez de água para irrigação e  para outras atividades no Brasil e no mundo. 

Na nossa região DO SERIDÓ, também devemos está consciente por sua irregular disponibilidade, a qual vem variando ao longo do tempo, "ano chove bem numa região e na outra região nem pinga", assim, fazer uso da água continuadamente e de forma indefinida, torna-se impossível a abundância do precioso líquido, necessário para sobrevivência natural de todos. 

Desta maneira, uma das estratégicas para a preservação e uma boa disponibilidade, tanto na qualidade, quanto na quantidade dos recursos hídricos está totalmente ligado e embasado em definir critérios de uso adequado em todas as atividades produtivas, razão pela qual chama atenção a agricultura irrigada, por trazer sérios impactos ao meio ambiente, assim, baseado em informações e em novos estudos podemos direcionar estratégias bem mais elaboradas e planejadas,  a fim de conservar e otimizar os recursos naturais imprescindíveis para a produção de alimentos. 

Propor novos modelos tecnológicos devem ser considerados para que se crie um processo rigoroso  de equilíbrio entre produção agrícola e preservação dos recursos naturais. 

Desta forma, o desenvolvimento atual da irrigação para produção de alimentos em conformidade com o aumento da população, depende cada vez mais de novos procedimentos tecnológicos e econômicos, do clima, da localização e do tipo do solo para se otimizar o uso da água, melhorar a eficiência de aplicação, aumentar a produtividade baseados no tipo de cultura e sua aplicação de água e outros insumos, sem que comprometa a disponibilidade e a qualidade do recurso hídrico, contribuindo para sustentabilidade do município e da região.

Um bom exemplo de como podemos resolver uma parcela dos problemas ambientais, econômicos e sociais da população do Seridó é a iniciativa premiada que acontece em Santana do Seridó, um projeto que usa um sistema de tecnologia de filtragem biológica como forma de tratar toda água dos esgotos da cidade, esta água, após todo este tratamento vem sendo reutilizada na irrigação por gotejamento de palmas, milho, sorgo e feijão guandu. 

Hoje o município trata 258 mil litros de água residuais por dia e reutiliza no Projeto, chegando a produzir cem mil raquetes de palmas forrageiras por hectares. Este Projeto já foi premiado com o Prêmio Mandacaru - Brasil Sustentável e 30 mil reais da Caixa Econômica Federal com o prêmio melhores práticas. A assistência técnica do projeto "PALMAS PARA SANTANA" é o INSA - Instituto Nacional do Semi-Árido - Campina Grande - PB.

Por Flávio Modesto, Tecnólogo em Gestão Pública, Agente Ambiental e atualmente se especializando em Gerenciamento de Projetos de Recursos Hídricos Municipais pelo IFCE/ANA.